Prefeituráveis apresentam propostas na Federasul 24/7/2008 Seis dos oito candidatos à prefeitura de Porto Alegre apresentaram ontem, na sede da Federasul, suas propostas voltadas à área de desenvolvimento da Capital, durante debate que durou cerca de duas horas. | ||
Seis dos oito candidatos à prefeitura de Porto Alegre apresentaram ontem, na sede da Federasul, suas propostas voltadas à área de desenvolvimento da Capital, durante debate que durou cerca de duas horas. Em cinco blocos distintos, José Fogaça (Cidade Melhor, Futuro Melhor), Luciana Genro (Sol e Verde), Manuela D'Ávila (Porto Alegre é Mais), Maria do Rosário (Frente Popular), Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e Onyx Lorenzoni (Porto Futuro Alegre) tiveram a chance de expor e questionar propostas. No entanto, poucas ações foram lançadas. Às 12h38min, o presidente da entidade, José Paulo Cairolli, abriu o evento, destacando que o objetivo da Federasul era o de obter avanços em pontos estratégicos para as associações comerciais e de serviços representadas, como comércio, mobilidade urbana, construção civil, segurança, incentivos e planejamento a longo prazo. "Precisamos saber o pensamento claro de todos sobre questões como a necessidade de uma máquina pública eficiente. Propostas claras, concretas e exeqüíveis. O governo deve responder à cidade e estar em sintonia. Ela sabe que não existem saídas mágicas e, com certeza, não aceitará discursos vagos, falas demagógicas ou promessas impossíveis", apontou. No primeiro bloco do debate, os candidatos tiveram quatro minutos para fazer a apresentação. No segundo e no quarto, responderam perguntas programáticas elaboradas pela entidade. No terceiro, debateram entre si com direito à pergunta, resposta, réplica e tréplica. O quinto bloco foi reservado para as considerações finais. Luciana Genro, que antes da reunião-almoço participou do encontro com a diretoria da Federasul (ela é a terceira candidata a apresentar suas propostas em reunião fechada para os dirigentes), também foi quem abriu a rodada de manifestações. O único pedido de resposta do encontro foi feito por Fogaça a uma colocação de Luciana quanto à intervenção do Ministério Público de Contas do Estado na licitação de prestadora de serviço de recolhimento de lixo pelo DMLU. Durante um minuto, o prefeito registrou que a suspensão foi iniciativa do próprio governo municipal. "A prefeitura revogou a concorrência, de forma que não houve qualquer prejuízo à cidade", alegou. Outro momento tenso foi quando Rosário criticou a administração de Fogaça. "O maior pecado de sua gestão é a ausência de projetos de futuro". Em resposta, o candidato à reeleição acusou a administração petista pelo insucesso na transferência da Vila Dique para possibilitar a ampliação da pista do aeroporto. "Foram 20 anos de fracasso. A senhora faz uma análise equivocada. O programa socioambiental, implantado no governo do PT, por exemplo, foi desativado. O Bird considerava-o morto devido à falta de pagamento. Colocamos a casa em ordem depois de um esforço titânico. Hoje o projeto está recuperado e ampliado". Confira as propostas dos candidatos para os temas que tiveram mais destaque no debate. Gestão Luciana Genro sustenta que a tarefa do prefeito é gerir a máquina pública de forma que trabalhe em defesa do interesse dos cidadãos. "Para isso, precisamos acabar com a divisão partidária de cargos. É uma verdadeira sopa de letrinhas para lotear espaços", disse, ao propor o fim das indicações políticas. "Assumo o compromisso de extinguir em 70% os cargos de confiança. Poderemos mudar para melhor com um governo de ação. Precisamos de uma prefeita com coerência e seriedade". José Fogaça destacou que problemas foram resolvidos durante a sua gestão e que agora a cidade será preparada para o futuro. "Hoje há condições de sonhar, pois há bases firmes para isso. Podemos falar em audácia da esperança. Há, na prefeitura, um modelo de gestão com transparência e eficácia". O candidato do Democratas criticou a reeleição e defendeu uma gestão que responda às necessidades da população. "Que seja despolitizada e busque os maiores talentos, independentemente do partido. O futuro prefeito deve andar pela cidade e conversar com as pessoas". Marchezan apontou que o setor público não respeita os impostos pagos pela população, "seja pela ineficiência ou pela corrupção". Manuela, por sua vez, enfatizou a necessidade de recuperar a capacidade econômica e de desenvolvimento. "A marca da administração será de efetiva construção de Porto Alegre como a capital tecnológica do Mercosul. Precisamos de uma administração moderna, ágil, com atitude e compromissos efetivos de diálogo e parceria permanente". A candidata da Frente Popular disse que vai investir em projetos ambientais na Zona Norte e nas áreas do turismo, serviços e saúde. "Vamos criar centros de bairros nas regiões mais necessitadas e fazer com que Porto Alegre tenha seu pólo de saúde, de pesquisa e tecnologia. Queremos ousar muito integrando as secretarias e organizando a área social". Investimentos Todos os prefeituráveis concordam que a Capital gaúcha precisa captar e recuperar sua capacidade de investimentos. Segundo Manuela, Porto Alegre tem uma "política audaciosa de conhecimento e tecnologia" e pode ter uma política municipal de desenvolvimento. "A marca da administração será de efetiva construção de Porto Alegre como a capital tecnológica do Mercosul", informou. Ela também defendeu a desburocratização administrativa. "Nós tornaremos os processos unificados para facilitar os investimentos e criaremos um ambiente favorável ao desenvolvimento de Porto Alegre, com uma Secretaria de Desenvolvimento que unifique os procedimentos e acabe com falsos dilemas", disse. Luciana adotou linha semelhante: "No meu governo, o conjunto de secretarias vai atuar para estimular os empresários que querem investir, que não vão mais enfrentar filas e burocracia. Forças-tarefas vão aos estabelecimentos ajudar em processos e a regularizar a situação. Temos de trazer planejamento a longo prazo para a cidade, para que nós possamos atrair investimentos e ter o dinheiro público bem aplicado", sugeriu. Temas como mobilidade urbana também mereceram destaque da deputada federal. "Precisamos qualificar o transporte coletivo, criar mais linhas transversais e melhorar os ônibus na periferia. Exigir que o metrô venha para Porto Alegre, não só em época de eleição. E vamos criar o circuito de noite, com microônibus saindo dos bairros para atender aos jovens", destacou. O prefeito aproveitou o encontro também para falar do Centro Popular de Compras, que irá abrigar os camelôs do centro da cidade. "Uma vez transferidos para lá, estará proibida a cameloagem em qualquer outro lugar. A prefeitura irá agir com energia para evitar o retorno dos camelôs, que receberão orientações técnicas e acompanhamento do Sebrae". Saúde e educação Nelson Machezan Júnior propõe a informatização do sistema gestor de saúde na Capital. Segundo ele, "há pessoas nas filas e o sistema não funciona". Ele coloca que a rede de fibra óptica em Porto Alegre precisa ser utilizada. "Só que o poder público não usa e o privado não pode ter acesso", argumentou, acrescentando que, se eleito, irá triplicar o número de postos de saúde da família e o de agentes de saúde. Na educação, diz que Porto Alegre precisa adotar políticas mais ágeis. "A população tem pressa. Estamos ficando para trás em relação às outras capitais brasileiras". Maria do Rosário falou de sua experiência como professora da rede municipal. Defendeu também a ampliação de escolas técnicas na cidade e mais opções de esporte e lazer na rede municipal. "Temos de ampliar o tempo que a criança fica na escola", completou. SEGURANÇA Na área da segurança, Onyx destacou que as cidades que conseguiram melhorar a segurança foram as que ampliaram a condição de vida das famílias. Alem disso, propôs elevar o número de guardas municipais. Para Marchezan, a prefeitura precisa ter atitude e deve assumir a responsabilidade na área, ao invés de deixar para o Estado. "Segurança é problema da prefeitura". Outra media seria ampliar os investimentos em tecnologia. "Com tecnologia na repressão, teremos atitude". Luciana defende o esforço conjunto de secretarias com vistas à segurança e prevenção da violência. "Desenvolver programas que interfiram na vida dos jovens, aumentar o efetivo da Guarda Municipal, para que cuide não só do patrimônio mas também das pessoas". Manuela diz que é preciso cobrar do governo estadual o efetivo que falta na Brigada Militar. "De um lado, necessitamos de atitude. De outro, iniciativa e inclusão social. Segurança é política integrada, ruas iluminadas e investimentos na Guarda Municipal". As propostas de Maria do Rosário passam pela repressão ao tráfico e aumento do efetivo da Brigada Militar. "Também é preciso oferecer oportunidades de profissionalização com mais escolas técnicas e acolhida às crianças de rua". |
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Propostas do Fogaça e Adversários
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